A MINHA GERAÇÃO

Sou da geração que comeu Cerelac , que via a mãe lavar a roupa no tanque e esperava pelos brinquedos que vinham nas embalagens do OMO. Brincávamos na rua às escondidas, ao lenço , ao berlinde. com a bola e os nossos pais nuca se preocupavam que pudéssemos ser raptados  ou que nos fizessem mal. De tempo a tempo bebíamos Sumol em garrafa ou Trinaranjus. Assistimos às primeiras embalagens de sopas Knorr , Tulicreme e estreamos a TV a cores.  Fomos "pioneiros" a ver as primeiras novelas em Portugal e assistimos à pausa na assembleia da República para todo o país ver o último episódio da Gabriela. Os telejornais eram de meia hora e nem por isso tínhamos menos informação.  O Benfica e Sporting detinham a hegemonia do futebol português. Joaquim Agostinho fazia furor no ciclismo. Bebíamos óleo fígado de bacalhau sempre com uma careta. Robin dos bosques, Karaté Kid,, Oeste selvagem  na TV e Homem aranha, Super Homem, Búfalo Bill nos livros aos quadradinhos eram os nossos preferidos e não foi por isso que viramos terroristas ou violentos. Um olhar do pai era sinal de respeito. Uma palmada na hora certa não era caso de violência doméstica nem de abertura de telejornais e aprendíamos a lição. Na escola respeitávamos o professor em casa respeitávamos os pais. Nos autocarros dávamos prioridade aos mais idosos. Palavrões não faziam parte do vocabulário. Todos choramos no último episódio do Marco. Aos domingos vestíamos a nossa melhor roupa. O dia da mãe era a 8 de Dezembro e tínhamos sempre uma prenda feita na escola. Sabíamos de cor os rios e estações de Portugal continental e Ultramarino. A tabuada sempre na ponta da língua. Era uma festa em casa quando a mãe fazia um bolo ou um pudim. O Vic servia para nos massajarem quando estávamos constipados. A carta era o único meio de comunicação escrita, servia de messenger e sms. Tio patinhas, Donald, sobrinhos, metralhas etc era como se fossem da nossa família.  No Natal reuníamos a mesa e no fim de ano convivíamos em casa. Missa do galo era tradição assim como os bailes de São João na rua. Sentíamos o amor de pais e avós.
 Sem sabermos éramos felizes e vivíamos com amor . 
 Só podemos estar gratos a nossos pais pela educação que nos deram e sermos quem somos. 

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