DA FICÇÃO PARA A REALIDADE

Dia 23 de Março de 2020 d.c.
Saio de casa por volta das oito horas para cumprir os serviços mínimos no meu local de trabalho. Percorro as ruas da Vila sem encontrar um único ser vivo, os cafés encerrados, os cabeleireiros encerrados, apenas o Sr Manuel da Mercearia abriu a porta mas os clientes têm de entrar um de cada vez. Já na paragem de autocarros vejo passar um automóvel de vez em quando e quando chega o 27 apenas 4 pessoas se encontram no interior, pago o meu bilhete e sento-me num assento longe dos outros passageiros. Pelo caminho o cenário é desolador , as pessoas nas ruas contam-se pelos dedos e automóveis uma raridade. 
Chegado ao meu local de trabalho (Escola Secundária) mais estranho fico, poucos colegas, e alunos nem vê-los  (há uns dias que estão em casa de quarentena). Desloco-me para o meu pavilhão longe de todos para começar as limpezas e desinfecção de salas e corredores. Na rua os trabalhadores da Câmara desinfectam as mesmas usando os fatos e máscaras, aliás os únicos que se encontram visíveis. Pelas 13:30 horas regresso a casa para ficar mais dois dias em quarentena. 
Neste momento já faleceram em Portugal de COVID-19 vinte e três pessoas, em França 674, em Itália 4.032...e um pouco por todo o mundo.
Isto não é ficção cientifica...estamos a viver o vírus assassino do século, ou seja da ficção para a realidade.


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