25 de Abril de 1974.
Tinha 11 anos e andava no ciclo preparatório no segundo ano (hoje sexto). Para quem conhecia as instalações na Covilhã, a escola situava-se junto ao jardim público, no rés do chão ficava o pátio dos rapazes e no andar superior o das raparigas, nessa altura turmas mistas era uma miragem. Do miradouro do jardim público podia-se ver as fábricas de lanifícios a laborar, pois empregavam muitas pessoas da cidade e concelho.
Naquele dia de Abril vi a alegria estampada na cara das pessoas e os olhos lacrimantes de felicidade. Em minha casa reinava uma alegria imensa... entendi que algo de maravilhoso se havia de estar a passar e eu sentia que estava a viver um momento histórico. Naquele dia vi um Povo inteiro unido como jamais sonhava ver, e eu na minha inocência de menino deixei-me contagiar pelos gritos de alegria de um povo anónimo.
Hoje passados 42 anos, os meus sonhos de menino foram defraudados, e o povo está cansado de promessas,de injustiças.e da perda de valores Humanos.Faz parte de cada um de nós fazer algo por um Portugal com mais oportunidades para todos, mais justiça, mais humanismo. Um futuro tranquilo para os nossos idosos e os nossos filhos. Os ideais do 25 de Abril não se podem apagar da memória, mas este não é o caminho prometido.
25 DE ABRIL SEMPRE!
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