MEMÓRIAS DA MINHA RUA


Rua Comendador Campos Melo mais conhecida por rua Direita, Anos 70. 
Quem vem do jardim público do lado direito da rua encontra a mercearia do Sr. Raul, carinhosamente tratado por "menino" pelas suas clientes. Era o tempo das mercearias tradicionais onde quase tudo se vendia ao quilo e se levavam as encomendas mais pesadas a casa, era também o tempo em que a maioria das pessoas pagava quando recebia. 
Em frente à loja estava o policia sinaleiro pois a rua tinha dois sentidos e era preciso controlar o trânsito que vinha do lado sul da Aldeia do Carvalho e do outro lado (Pelourinho). 
 A alfaiataria do Sr. Mendes um exímio alfaiate, seguindo por esse lado encontramos dois cafés seguidos, O Montanha ( na altura proprietário o Sr. Laranjo) e o Danúbio que era proprietário o meu saudoso pai que todos conheciam como Caninhas. Quem conheceu sabe que qualquer dos dois cafés tinha uma cave onde se podia jogar bilhar ou matraquilhos. 
Frente ao "Danúbio" era o edifício do Orfeão da Covilhã e no piso superior o Clube Nacional de Montanhismo, no rés do chão funcionava o Banco Lisboa e Açores. No seguimento ficava a primeira loja do Sr. Diniz que abriria em frente  (para a época) uma das melhores lojas de comércio da cidade da Covilhã. Um pouco ao lado da loja Diniz existia a loja Zeca, lembro-me que o Sr. Zeca da Pinheira oferecia prémios nos jogos do Sporting da Covilhã, camisas para quem marcasse o golo da vitória. Outros tempos! … continuamos a andar em direção ao Pelourinho e encontramos a livraria Nacional do Sr. Santos, uma das melhores livrarias da cidade. Quero realçar que todos estes Senhores eram de uma simpatia extrema, tratavam sempre muito bem os clientes e com um sorriso nos lábios.  
 Antes das escadas do Quebra Costas estava o comércio do Sr. Pombo ( Electro Selfe ) em frente a Casa Fael,  já com o centro da cidade à vista não podemos esquecer a amabilidade do Sr. Esteves, a loja do Sr. Cardona onde tínhamos todo o tipo de ferramentas, acessórios e não só, a sapataria do Sr. Gabinete, a Casa Brincarte com todos os brinquedos e jogos da altura, farmácia Mendes, Ourivesaria Pacheco que antes estava instalada em São Silvestre, e desculpem-me alguns mais que já não me recordo. 
Logo de manhã a rua era ocupada pelos operários que iam e vinham das fábricas, o primeiro autocarro que vinha da Aldeia, a motorizada do padeiro, as senhoras que iam cedo ao mercado (praça).  
Era das ruas mais movimentadas da cidade e com o comércio a funcionar em pleno. 
Saudades da neve a cair , das brincadeiras de Carnaval ( quando se colocava uma moeda presa no passeio e as pessoas se baixavam para a apanhar e não conseguiam), saudades de toda aquela gente boa que referi e que já não está entre nós, saudades do jardim, saudades do Natal em que as famílias se reuniam numa mesa…
Seja como for a rua continua lá , diferente é certo, mas sempre linda, sempre a "minha" rua.

4 comentários:

fpduarte disse...

Muito bom

Vitor Silva disse...

... E a sapataria Silva que qu aos sábados ficava a abarrotar com pessoal dos arredores

Unknown disse...

Eu nasci e criei-me na Rua Comendador Mendes Veiga nas traseiras do nosso Sport da Covilhâ tantas recordaçôes da sua que era junto á minha vou relembrar lembra~se da loja do papagaio do sapateiro tio Jacinto que caiu das estatuas que estavam junto a entrada da esplanada do Sport lembr-se dos Carapaus dos Parranas da tasca dos petiscos da padaria mais abaixo a tasca do sr muiguel o Leal nos quebra Costas enfim tudo bons tempos um Abraço

Unknown disse...

Fez me recordar os meus tempos de juventude.Ai joguei matraquilhos.
Fui colega do Arlindo Esteves do qual nunca mais soube,mas que recordo.
Obrigado !

Muito obrigado pela vossa visita

Voltem sempre...