RITUAIS DOMINGUEIROS

 Bom dia para todos os habitantes do meu pequeno mundo neste domingo de chuva.

 Estava aqui a pensar com os meus botões e resolvi partilhar com vocês, os domingos da minha infância eram feitos de rituais, um deles era o da missa na igreja de São Francisco acompanhado pela minha mãe, recordo que por vezes quando era a vez do coro eu ficava a cantar sozinho, pois eles calavam-se e eu continuava, tão absorvido que estava a ler a pagela. Antes porém tinha a catequese e ao contrário de muitos eu até gostava, realizava-se na casa do senhor padre que ficava (para quem conhece) na rua Comendador Campos Melo, numas escadinhas que se desciam ao lado do Camolino e que iam dar à pensão Duarte. 

 Anos mais tarde o ritual aos domingos  de quinze em quinze dias era ir ao Santos Pinto ver os jogos do meu Sporting da Covilhã. Depois do almoço ia beber café à Leitaria Triunfo (nessa altura bem gerida pelo Senhor Alves e Senhor Fonseca, excelentes senhores sempre muito afáveis e profissionais), e depois em companhia quase sempre do amigo Zé Manuel, lá íamos por aí acima devagarinho que custa lá a chegar, umas vezes íamos pelo jardim público, bairro municipal, outras vezes seguíamos pelo pelourinho onde ainda permanecíamos um pouco no café  Montalto e depois sim, rua Rui Faleiro, Hospital e subíamos a imensa rampa até ao estádio. Recordo aqui os primeiros atletas que me recordo de ver jogar e peço desculpa pois foram tantos, se me esquecer de algum, Guilherme, Luciano, Velho, Coimbra, Girão, Fazenda, Baixa, Simões, Paulino, Escurinho, Rui Barros, César Brito, Julinho, José Henriques, Martins, Quim Brito, Inácio Brito, Paulo Roberto, Toninho, Vítor Urbano, Ferreira, Cláudio, Óscar, Ruas, Bites,...acho que estes representam bem todos os outros, à chuva ou ao sol lá estava eu sempre puxando pelas equipas aguerridas que mostravam que em casa quem mandava era o leão da serra. 

 Outro dos rituais ao domingo era vestir a nossa melhor roupa, saía de casa sempre impecável, menos no Verão quando ia para a piscina municipal dos penedos altos, a tal que dava sol o dia inteiro, bons momentos aí passei onde aprendi a nadar (mal mas aprendi), onde o tempo passava rápido.

 Depois de jantar já não saía de casa e na televisão da época esperava com ansiedade que desse o domingo desportivo com os resumos dos jogos e a seguir cama que no dia seguinte era dia de escola...

 Grande abraço. 

Rua Comendador Campos Melo