Em criança esperava ansiosamente pelas férias da Páscoa.
Na minha cidade (Covilhã) e no Concelho o feriado era comemorado na segunda feira quando o compasso saía pelas quintas e aldeias, antes porém havia a procissão do Senhor dos Passos e do enterro do Senhor, sempre com muita participação popular e das mais lindas do país. O que eu pedia a Deus que nesses dias não chovesse para que as procissões se pudessem realizar tal era o meu gosto e devoção pelas mesmas.
Nos anos 70 e 80 chegavam-se a contar os anjinhos que eram às dezenas, o andor do Senhor dos Passos, Nossa Senhora, jesus na urna (sexta feira santa), bandas da Covilhã e Aldeia do Carvalho, os escuteiros, a policia, os bombeiros, os senhores padres das dioceses, os representantes da câmara municipal e Santa casa da Misericórdia, e centenas de pessoas a acompanhar, eram assim as procissões na cidade sempre com muita devoção e respeito.
Uma curiosidade como sócio do Sporting da Covilhã é que quase sempre a procissão dos passos coincidia com um jogo em casa.
Hoje em dia as procissões são muito menos participadas, o trajeto mais pequeno e vai-se perdendo aquela devoção que outrora extravasava do interior da gente. As pessoas gozam o feriado na sexta feira visto que também o compasso Pascal deixou de existir com exceção de uma ou outra aldeia.
Na cidade o Padre ia de casa em casa e cá fora a multidão esperava pela chuva de rebuçados e tostões enviados pelas janelas.
Apesar de tudo a fé mantem-se viva nas pessoas apesar do findar das tradições.
E este domingo lá teremos o cabrito na mesa e as amêndoas que nunca podem faltar.
Boa Páscoa a todos!
Abraço.
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