COVILHÃ, FEVEREIRO DE 1973


🌼Dia de sol, hoje como é sábado acordei mais tarde e já ouço gente a percorrer a rua e logo me vem à memória aqueles sábados de manhã na rua da cidade onde nasci… 

Covilhã 1973

🍪Aos sábados tinha sempre um livro do tio Patinhas para ler um pouco na cama antes de levantar, dava-me um praze imenso ler as aventuras dos habitantes de "Patopolis" no quentinho dos lençóis.

A minha mãe já vinha da praça pois levantava-se cedo para ir buscar os produtos frescos que as vendedoras tinham nas bancas.

Depois da Praça ainda havia tempo de se ir buscar as mercearias ao "menino" Raúl Paiva (tratado assim carinhosamente pelos fregueses e achava estranho porque o menino já tinha uma certa idade ), eu gostava sempre de ir buscar as compras pois ainda trazia umas bolinhas de chocolate muito pequeninas mas muito boas também. Recordo-me ainda da venda a granel e das mercearias alojadas nas várias gavetas e prateleiras da loja.

🍪No café Danúbio, proprietário de meu saudoso pai, com a sua mobília azul e amarela os clientes jogavam ao 21 em disputa para pagarem os cafés ou às damas em que o Sr. Capelo (carteiro) era o "rei", outros ficavam a olhar para o televisor que na altura passavam séries como "os pequenos vagabundos" ou "os caminhos de Noel". Sábado de tarde as pessoas socializavam mais nas mesas do café e ainda tinham oportunidade de jogar uma partida de matraquilhos na cave.

🍪Os comércios vizinhos também tinham muitos fregueses, o Sr. Diniz tinha sempre a última moda, ainda recordo a chegada dos famosos Kispos mas os verdadeiros com a marca K.

Quem ainda se lembra do Zeca da Pinheira, benfiquista ferrenho, mas que oferecia sempre uma camisa ao marcador da vitória nos jogos do Sporting Clube da Covilhã, anunciado com entusiasmo na aparelhagem sonora do estádio José Santos Pinto.

Da Livraria Nacional do Sr. Santos e esposa D. Luísa em que os olhos me ficavam vidrados nos brinquedos que tinha na montra.

Da Electro Selfe do Sr. Pombo que uma vez com o seu Fiat 127 e o Opel Record de meu pai fomos a Fuentes de Onor buscar mercearias e ao mesmo tempo serviu de passeio numa altura em que andava a dar a série "Fugitivo" e brincávamos com a situação dele andar por ali.😄Tudo com passaporte, documento obrigatório para se passar a fronteira.

🍪Muitos comerciantes estavam estabelecidos na rua mas estes eram os meus vizinhos mais próximos, colado com o "Danúbio" estava o "Montanha" do saudoso Laranjo era uma concorrência saudável e os clientes de uns e de outros respeitavam-se mutuamente.

🍪E o "Leal" dos jornais que todos os dias deixava os jornais "O Século" e "A Bola" para os clientes do "Danúbio" lerem.

 Novamente de regresso ao presente neste sábado de sol de Inverno e com muita vontade de viver…
Bom dia para todos nós🍀



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