Por vezes dou comigo a pensar naqueles anos oitenta em que esperava ansioso para ver mais um episódio da série da televisão espanhola VERÃO AZUL e a alegria que sentia ao ver desenrolar as histórias. Felizmente o ano passado comprei a série completa em d.v.d. e pude assim matar saudades daquela que foi para mim a melhor série até hoje exibida em televisão e com temas ainda muito actuais. Num desses episódios recordo quando queriam construir habitações no sítio onde o chanquette tinha o barco, mas nem com apartamentos dados em troca o "velho" chanquette queria ficar sem as suas vistas que tinha dentro da sua casa que como todos os da minha geração devem saber, era o seu barco. Na vida real nessa altura e como se pode verificar pelas filmagens Nerja era uma localidade pacata com uma boa praia, muitos turistas no verão mas com as suas tavernas tipícas, lojas e casas. Com o desenvolvimento as imobiliárias começaram a construir prédios e hotéis de luxo e hoje o que se vê no filme é o denominado centro histórico de Nerja. Apesar de uma década mais tarde isso tudo faz-me lembrar a minha cidade que se chama Covilhã e fica na encosta da serra mais alta de Portugal (serra da estrela), que convido desde já todos a visitar seja no verão ou no inverno. Apesar de Nerja ser uma localidade espanhola que vive do turismo balnear pois tem excelentes praias além das suas famosas grutas e da Covilhã ser uma localidade de montanha muito visitada no inverno, apesar dessas diferenças são muito iguais não só no seu tamanho, como na sua beleza e no progresso que fizeram lado a lado englobando o antigo e o moderno numa bonita harmonia e bom gosto. Gostava se possível um dia propor ao meu presidente de câmara que neste momento é o sr. Carlos Pinto que Covilhã e Nerja pudessem ser cidades gémeas. Apenas nos anos noventa a cidade da Covilhã começou a crescer a um ritmo impressionante para sul, tendo hoje novas avenidas, grandes superfícies comerciais, hotéis, parques verdes e uma universidade que todo o interior se pode orgulhar com destaque para a faculdade de medicina. O centro histórico mantém a sua traça original apesar de estarem prontas a começar obras como pontes pedonais, novo mercado municipal assim como o arranjo das suas ruas. Por tudo isto eu digo que Covilhã e Nerja se completam uma com o seu balcão Europa com o mar de fundo e outra com o seu balcão com montanha como pano de fundo. O mesmo céu espreita as duas com o desejo que chegue um novo Verão Azul.
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